Pela segunda vez, tive o prazer de participar do Open Beach, evento anualmente realizado na bela ilha de Florianópolis, capital de Santa Catarina, este ano de 8 a 10 de dezembro. Para quem não conhece, o Open Beach é um evento muito informal de software livre. Nada de palestras, painéis, debates… apenas um excelente networking na beira da praia, regado a muita cerveja, camarão e bons amigos(as). Sem dúvida uma ótima oportunidade para sair do stress do dia-a-dia e relaxar um pouco.
Há quem discorde, mas na minha opinião, uma das coisas mais importantes na vida é ter e fazer bons relacionamentos. Um ambiente informal é sempre uma excelente oportunidade para cativar boas amizades, assim como ganhar novos amigos. Não é à toa que o Open Beach se repete todos os anos e sempre recebe pessoas do Brasil inteiro, assim como alguns estrangeiros que não deixam de participar.
Como Florianópolis não é tão longe de Porto Alegre (cidade onde vivo), 460 km, decidi fazer essa viagem de carro, até para evitar o caos aéreo que tomou conta do Brasil desde setembro último. Me fizeram companhia meus amigos André Franciosi e Priscilla Kurtz. A Pri foi a DJ da viagem, com seu repertório musical bem variado, com músicas bem boas e outras “não tão boas” (para não ofender 🙂 ).
Nossa idéia era sair de Porto Alegre logo após o meio-dia do dia 8 (sexta-feira), para chegar em Florianópolis ainda ao dia, pois eu já tinha noção da estrada que me esperava. Como tive um breve contra-tempo nos freios do meu carro, resolvi isso antes de viajar, porém atrasamos a saída em quase três horas. O trecho até Torres, indo pela free way e depois pela estrada do mar foi bem tranquilo. Ao cruzar a fronteira com Santa Catarina, já na BR-101, aí começa o inferno. Eu achava que tinha noção da estrada que iríamos passar. Não, eu não tinha noção. A coisa está muito pior.
Como estão duplicando toda a BR-101 de Osório (RS) até Palhoça (SC), a estrada existente foi praticamente abandonada. Na verdade a obra não é uma duplicação propriamente dita. É a construção de uma nova estrada paralela. Quando pronta, a estrada nova segue em um sentido e a atual estrada em outro sentido. Em cada cidadezinha no sul de Santa Catarina, onde normalmente havia uma rótula, estão construindo grandes viadutos, então a estrada está repleta de desvios ainda mais esburacados que a pista atual.
Se fosse só os buracos, não seria tanto problema. Bastaria você dirigir devagar o suficiente para desviar deles. A 80 km/h era perfeitamente possível enxergar com distância segura a buraqueira e (tentar) desviar dela. Naturalmente à noite isso seria impossível. O grande problema mesmo é a absurda imprudência de vários motoristas, que querem andar a mais de 120 km/h nessa estrada e forçam ultrapassagens literalmente impossíveis, jogando muitas vezes outros carros pra fora da estrada. Geralmente é gurizada de carrinho novo que se acham grandes motoristas na estrada. Acabaram de sair da fraudas. Fora os caminhoneiros, que querem cumprir horário a qualquer custo e andam aterrorizando todo mundo por aí.
Com a saída atrasada, pegamos os últimos 60 km de viagem à noite, o que foi extremamente tenso. Eu já estava com câimbra nos braços, porque não se pode relaxar na direção por 10 segundos, senão você quebra uma roda numa panela. Chegando em Palhoça, onde a estrada já é duplicada, os últimos 20 km até a ilha foram barbadas. Fomos direto para Canasvieiras, onde ficamos hospedados na Pousada dos Golfinhos, junto com todos os outros participantes.
Antes de ir para a pousada, paramos no Bar Piratas, onde havia um pessoal do evento jantando, inclusive Jon “maddog” Hall, grande amigo, que nunca deixa de participar do Open Beach. Maddog já estava no Brasil desde a semana anterior, quando esteve participando do evento Estação VoIP, em Curitiba, o qual infelizmente não pude comparecer.
O mais interessante desse evento é que o pessoal da organização, os amigos Douglas e sua esposa Dionara, da OpenS Tecnologia, cuidam simplesmente de tudo. A gente não precisou se preocupar com absolutamente nada, desde alimentação, hospedagem, passeios, etc. Dois micro-ônibus estavam à nossa disposição durante todo o dia de sábado para vários passeios pela ilha da magia.
Como normalmente o lado da ilha mais badalado é o lado norte, onde ficam as mais famosas praias, este ano o itinerário seria conhecer o lado sul da ilha. Saímos logo cedo pela manhã do sábado em direção a Pântano do Sul, extremo sul da ilha, uma bela praia virada ao sul com muita natureza à volta. Algumas paradas no caminho para tirar belas fotos também foram contempladas. Como eu não levei câmera fotográfica (roubaram a minha novinha no seqüestro), não acompanho este post de fotos, o que normalmente eu faria.
Nessa mesma praia, almoçamos em um restaurante muito tradicional, que eu não lembro o nome. Quem já esteve por lá, vai lembrar. O restaurante é repleto de notas (post-its) por todo lado, paredes, teto, colunas, etc… Gente do mundo inteiro deixa notinhas quando passa por aí. Nós, claro, deixamos a nossa nota também.
À noite, fomos com todo o pessoal jantar em um restaurante bacana em Canasvieiras, bem próximo à pousada. Excelente buffet, com uma grande variedade de pratos e vários tipos de peixe (eu adoro). Estávamos em mais de 50 pessoas. Foi bem legal, nos divertimos bastante.
Após a janta, parte do pessoal foi para a Lagoa da Conceição fazer festa, e outra parte voltou para a pousada. Como eu estava cansado e teria que dirigir o mesmo trajeto de volta no outro dia, preferi não sair para festa. Juntamos seis amigos (eu, Franciosi, Kov, Priscila, Felipe e Carolina) e fizemos um carteado até altas horas. Certamente foi bem mais divertido que ficar socado em uma festa atrolhada de gente fumando.
O domingo amanheceu com o tempo bem instável, garoando e com forte vento. A idéia seria o pessoal partir para um passeio de escuna. Mas com o vento que estava, ir para o mar seria uma loucura total. Além de frio, aguentar um barco balançando sem ter náuseas é arte. Assim, todo o pessoal ficou mesmo na pousada, batendo papo e preparando o churrasco de despedida do meio-dia. À tarde, boa parte do pessoal estaria partindo, assim como nós.
Após almoçar, nos despedimos de todos os amigos e pegamos a estrada por volta das 14h. Como a pior parte da estrada agora era a primeira parte, certamente faríamos isso com forte luz do dia. Sendo assim, a volta foi muito mais tranquila, até porque tinha menos movimento também. Chegamos em Porto Alegre pelas 21h, sãos e salvos.
Esse foi o meu segundo Open Beach. Participei também em 2004, que foi super bacana. Em 2005 não pude participar foi estava no Recife, participando do Lacfree, outro evento importante da área. Este ano o tempo não ajudou muito, pois não havia sol forte em nenhum dos dias, mas mesmo assim valeu a pena. Foi uma grande oportunidade para ter ótimas conversas com várias pessoas.
Espero poder participar da próxima edição em 2007.