Começamos nossa jornada no dia 1 de abril, saindo de Porto Alegre às 19h20 de Tam, voando direto para Guarulhos. Como a Tam e a South African Airways (SAA) fazem parte da mesma aliança (Star Alliance), podemos despachar nossas malas direto até Hong Kong, o que facilita muito a vida. A única exigência foi substituir os bilhetes emitidos pela Tam por bilhetes SAA no seu balcão de check in em Guarulhos, o que fizemos rapidamente.
Na sala de embarque, encontramos com os primeiros colegas brasileiros que nos acompanharam durante toda a jornada.
Decolamos 1h39 da madrugada, com 9 minutos de atraso. Voamos num Airbus A340-200 um pouco antigo. Não tinha monitor individual, então não tinha muito o que fazer no voo. Como sempre viajo com algumas revistas e com meu Kindle bem recheado de livros digitais, não tive problemas.
O voo foi bem tranquilo. Decolamos de São Paulo e sobrevoamos o Rio de Janeiro, com uma belíssima vista noturna da cidade maravilhosa. A partir do Rio, tiro reto sobre o Oceano Atlântico até Johannesburg. 1h45min antes do pouso, entramos no continente africano. O oeste da África do Sul é bem desértico e montanhoso. Dá para ver bastante mineração na região.
Minha estratégia para começar a me adaptar ao fuso horário chinês, 11 horas à frente do de São Paulo, era de não dormir no voo para Johannesburg e dormir no próximo, para Hong Kong. Mas acabei não aguentando e dormi um pouco durante o primeiro voo, o que quebrou meu esquema.
Pousamos na pista 03R do OR Tambo International Airport (FAJS) 8h05min mais tarde (7.443 km de distância), 14h44 hora local, alguns minutos antes do previsto. Logo no pouso, já deu para perceber que estávamos em um aeroporto digno de ter recebido uma Copa do Mundo. Duas pistas excelentes operando simultaneamente. Fomos direto para a sala de embarque internacional, sem fazer imigração. O terminal internacional é muito bonito, espaçoso e muito bem estruturado.
Decolamos às 17h15 (15 minutos atrasados) para Hong Kong, o que seria um longo voo (10.660 km), atravessando uma noite inteira e chegando lá no início da próxima tarde. O ruim de voar para leste é que o tempo “acelera”. A saída em Johannesburg foi bem conturbada, com vários desvios meteorológicos, o que deixa a paisagem muito bonita.
Sobrevoamos Antananarivo, na grande ilha de Madagascar, depois atravessamos o Oceano Índico passando ao sul da Índia e Sri Lanka. O que me chamou a atenção foi que desviamos sistematicamente de Myanmar e Camboja, fazendo várias curvas para se manter no espaço aéreo da Tailândia. Deixamos Bangkok à nossa esquerda, sobrevoamos o Laos e o Vietnã, e a partir daí já voávamos no espaço aéreo chinês.
Esta etapa foi num A340-300, um pouco maior e mais novo. Desta vez, tínhamos monitores individuais, com uma lista bem grande de filmes, documentários, etc. Bem melhor, especialmente num voo tão longo.
Pousamos na pista 25R do Hong Kong International Airport (VHHH), também conhecido como Chek Lap Kok Airport, 13h06min mais tarde, 12h21 hora local. O aeroporto anterior (Johannesburg) já era bacana, mas este sim é coisa de país de primeiro mundo. São apenas duas pistas por falta de espaço (o aeroporto é uma ilha, boa parte aterrada), mas duas belas pistas de 3800×60 metros operando simultaneamente. Os dois terminais são excelentes e enormes, com 70 portões de embarque muito bem distribuídos.
Fizemos imigração bem rápido e nos deram permissão para uma estadia de 90 dias. Retiramos as bagagens em uma esteira imensa, em uma sala que tinha várias dessas mesmas esteiras. Chegamos no saguão e o motorista já estava nos esperando para nos levar para Shenzhen, na China. Não deu para ver muito de Hong Kong, pois nos dirigimos direto para a China.
Embora Hong Kong tenha retornado para a China das mãos da Inglaterra, China e Hong Kong são países diferentes, com fronteiras, imigração, etc. Ao chegar na fronteira, fizemos a saída de Hong Kong, carimbada no passaporte normalmente, e metros adiante fizemos a imigração na China. A partir desse ponto, qualquer brasileiro necessita de visto chinês. Hong Kong não exige visto para brasileiros (turismo e negócios).
Hong Kong e Shenzhen (China) são praticamente cidades vizinhas. Tem até linha de metrô ligando as duas cidades. Mais ou menos uma hora depois de sair do aeroporto em Hong Kong, já estávamos no hotel em Shenzhen.
To be continued.