Ultimamente, meu principal destino fora de casa tem sido Manaus. Já perdi as contas de quantas vezes estive em Manaus nos últimos doze meses. Muita gente acha engraçado eu passar tanto tempo no “meio da selva”. É curiosa a imagem que as pessoas aqui no sul e sudeste têm de Manaus e do Amazonas. Muita gente acha que só há árvore, água e índio por lá. Por parte pode até ser verdade, mas também há uma p* cidade de 1,8 milhão de habitantes. Essa é a razão de eu estar bastante por aí. Uma população desse tamanho certamente gera muitas oportunidades de negócios.
Saí de Porto Alegre na madrugada do dia 13 de maio. Meu vôo para Guarulhos (SP) era às 5h35, cedão. Estava um frio desgraçado, algo como 5 graus na madrugada. Logo depois do meio-dia, cheguei em Manaus com uma temperatura de 36 graus. E eu com uma mega jaqueta. 🙂 A estada desta vez seria de quase três semanas, justamente as três semanas de frio intenso que chegou no sul do país. E eu lá morrendo de calor. Não sei o que é pior. Eu acho que a umidade naquela região me irrita muito mais que o nosso frio por aqui.
Já na primeira semana, peguei uma gripe violenta, que me deixou de cama um final de semana inteiro. Tive que apelar para alguns remédios e já estava a ponto de ir a um hospital pedir ajuda. Muita gente andava na mesma situação. Parece que andava rolando um vírus pelo ar lá. Felizmente foram apenas três dias. Na segunda-feira, eu já estava pronto pra guerra de novo.
Fui para implementar um projeto grande em um cliente, então eu tinha muito trabalho pela frente, fora uma lista de pendências pra matar. Meu colega Marcelo chegaria nos próximos dias para reforçar a mão de obra. Estive trabalhando em média umas 12-14 horas por dia. Correria absurda, mas rendeu muito.
Mas não só de trabalho vive um homem. Fiz muita festa também. Teve uma semana que eu saí de quarta a domingo. O povo lá é muito festeiro. E o clima ajuda também. Complicado ficar encerrado no hotel com aquele calor. Sempre dá vontade de tomar uma cervejinha. 🙂
Toda vez que vou a Manaus, não deixo de ir no Porão do Alemão, uma boate de rock muito bacana. É literalmente um porão (você desce uma escadaria para entrar). O lugar é meio “alternativo”, mas a música é muito boa. Sempre há boas bandas tocando rock. Muito chopp e muita mulherada pra acompanhar. O melhor dia é o “dia de quinta”, como dizem os manauaras (dia de…). Meu amigo Daniel Erasmo é um grande apreciador do local, e é sempre uma ótima companhia.
Antes de ir para o Porão na quinta-feira, fomos para a Haus Bier, uma cervejaria fantástica. Acho que não existe nada igual no Brasil. O lugar é muito lindo, e há uns barris de chopp enooormes, parecem uns silos. Dá vontade de beber direto na torneirinha ali mesmo. 🙂 Nesse dia tinha música country. Legal de ver, mas não curto muito esse tipo de música. O próximo destino naturalmente já estava certo.
No “dia de sexta”, a festa foi no Felicce, outra micro-cervejaria por lá, mas essa é mais antiga e o chopp não chega nem aos pés da Haus Bier. Se como cervejaria não agrada muito, como danceteria é muito legal. Nesse dia tinha um evento promovido pela Tim Celular, com duas bandas ótimas tocando o melhor de forró, axé, pagode e afins. Até boi-bumbá rolou. A festa estava muito boa. Pena que a última banda acabou às 3h, cedo demais. Podia ter ido tranqüilamente até o sol raiar. 🙂 A mulherada estava mais “patricinha”, pois o lugar é meio chique, mas quando o forró pega mesmo, todo mundo se mexe. Estavam comigo o pessoal da área de desenvolvimento do meu cliente, pessoal muito gente fina. Tenho bons amigos por lá.
No sábado, havia duas opções de festa. Nessa época tem ensaio do boi-bumbá todos os sábados, no bumbódromo. Sempre lota e é bem bacana. Fui uma vez só, no ano passado, uma semana antes do Festival de Parintins. Mas, a convite do Daniel, mais sua namorada e outro casal de amigos, fomos jantar na Haus Bier. Chopp maravilhoso novamente. 🙂 Depois fomos para a boate Les Gens 300, que é muito bacana. Fiquei impressionado com a estrutura do local, super moderno. O som era simplesmente 100%, com caixas pequenas estrategicamente localizadas por toda a boate. Som muito alto e de qualidade excelente. A iluminação era outro espetáculo à parte. Em boa parte do tempo, os DJs tocaram só com DVD, mixando áudio e vídeo. Entre TVs de plasma e projetores, devia haver mais de 20 telas. Sensacional. O local é reduto de gente mais endinheirada, então se vê muita gente cheia ao redor. Mas mesmo assim, sempre há gente interessante. Não demorou muito para eu achar o que fazer. 😉
Na outra sexta-feira, meu amigo Erick Viga e eu fomos para um forró novo que abriu na cidade, chamado Xoradin. O local fica bem longe de tudo, próximo ao aeroporto. Quando chegamos perto, já vimos a multidão que estava por aí. Acho que eu nunca tinha visto tanta gente em uma festa. Impressionante a quantidade de carros que havia. Estacionamos bem longe da entrada. Ao chegar no lugar, algo de cara me chamou a atenção, além do povo que estava na frente. Foi a “BILHEITERIA”. Sim, escrito exatamente dessa forma em uma placa enorme. Cinco pilas o ingresso. Ficamos um tempo aí, mas estava uma noite super quente, e tinha taaaanta gente no local que logo começamos a derreter. O lugar é um terrenão grande com uma parte pequena coberta onde fica a “banda”. Um som porco e alto, estridente. Mas a galera se divertindo. Muita gente feia na volta. De 15, se escapava uma. Só tem que tomar cuidado pra não ser agarrado à força. A mulherada é meio agressiva. O que não é nenhum problema pra mim, mas é que tinha cada bagulho… as mais jeitosinhas já estavam tudo acompanhada. Foi melhor ter ido embora mesmo.
Na última semana, meu colega Marcelo chegou na área. Trabalhamos um monte durante os meus últimos dias. Na madrugada de sexta-feira, voei para Santa Catarina, para a casa do meu pai, onde estaríamos celebrando no dia seguinte o aniversário de 15 anos na minha irmã mais nova, Leticia. Quase cometi a tamanha ignorância de perder o meu vôo. Não sei exatamente por que, stress provavelmente, eu estava crente que meu vôo deixaria Manaus às 3h20. Fui para o hotel cedo para descansar, e meu plano era sair do hotel logo depois da 1h. Quando eu estava bem deitado, me deu um estalo do nada. O meu horário de chegada em Florianópolis era 9h15, logo seria completamente impossível eu sair de Manaus às 3h20 (4h20 na hora de Brasília) e chegar em Florianópolis 9h15, parando em São Paulo. Liguei o computador para verificar o horário do vôo no site da Tam, e pá!! 0h25. E isso já era 22h30. Tomei um puta susto, arrumei as minhas coisas voando, tomei um banho express, e me toquei pro aeroporto. E viva a lei de Murphy, pois o vôo não atrasou. A outra vez que eu voltei de Manaus, no mesmo vôo das 0h25, o vôo saiu de Manaus quase às 6h da manhã. Foi o dia da greve dos queridos controladores.
Como nem tudo são flores, o trecho São Paulo – Florianópolis atrasou duas horas, dessas 1h20min dentro do avião esperando as bagagens chegar. O conjunto de esteiras que distribui as malas para os aviões havia quebrado, e todo o carregamento estava sendo feito com aqueles tratorezinhos. Maior caos no aeroporto. Que país de merda!
Mais uma vez um choque térmico. Deixei Manaus com um calorão e cheguei em São Paulo com 9 graus na madrugada. Estupidamente, minha jaqueta grande estava na mala. Eu tinha comigo só um blusão de lã pequeno. Passei frio!
Por volta das 11h, aproximamos a leste da belíssima ilha de Floripa. Como eu imaginava que a pista em operação provavelmente seria a 32, pela previsão dos ventos, prontamente pedi janela direita. Na mosca! Tive a melhor visão possível da ilha. Depois do Rio de Janeiro, Florianópolis tem a aproximação mais bonita que eu conheço. O chato de descer nessa cabeceira é que ela não tem ILS (pouso por instrumentos), então quando está ventando bastante, é visível o piloto lutando com o avião, pois todas as correções são feitas no braço. Descendo com ILS na cabeceira oposta, a 14, o avião vem paradinho controlado pelo piloto automático. Muito mais seguro e agradável.
Meu primo Aleixo já estava aflito me esperando no aeroporto. Ainda tínhamos mais 70 km pela frente, até Itapema. Cheguei bem na hora de almoço. Ótimo! 😛