Que jornada, 36 horas entre a origem e o destino

Parecia impossível, mas consegui chegar em Detroit, 36 horas depois de sair de casa em Porto Alegre. Como sempre existe a possibilidade das coisas piorarem mais, isso de fato aconteceu. Enquanto eu esperava o vôo de Miami pra Detroit, que seria às 17h40, uma tempestade feia começou a se aproximar (estava um dia lindo), e o aeroporto ficou fechado para aterrissagens por uma hora ou um pouco mais. Pensei, mais uma hora, menos uma hora, pra quem já está f* mesmo, não vai fazer diferença.

Mais ou menos com 90 minutos de atraso, começaram o embarque do nosso vôo. Todo mundo embarcou, e nada acontece. O piloto sumiu. A tripulação então ficou sabendo que o piloto que faria aquele vôo estava no ar circulando o aeroporto esperando por autorização pra descer em outro vôo. Como o aeroporto ficou fechado um tempo, 70 vôos estavam em órbita esperando o sequenciamento pra aterrissagem. Eu já estava rindo sozinho. O que mais vai acontecer? Quando enfim o piloto entrou no avião, todo mundo bateu palmas.

Decolamos com três horas de atraso pra Detroit. 22h57 aterrissamos tranqüilamente no DTW – Detroit Metro Airport. Parecia um milagre pra mim. Fiquei pensando que ainda existia a possibilidade de algo dar errado, quem sabe a minha mala não veio, ou a minha carona sumiu… mas não, minha mala estava lá bonitinha, minha carona já esperando. Meia-noite cheguei finalmente na casa do Jim, em Waterford, a uns 65 km do aeroporto.

Tudo o que eu queria era escovar os dentes, tomar um banho e capotar na cama. Mas eu não poderia dormir muito, porque na manhã seguinte estaríamos voando para Portland, OR, às 9h20. Toquei na cama e apaguei imediatamente. Dormi só 4 horas, mas já foi uma grande coisa.

Fomos de manhã cedo para o aeroporto (os 65 km de novo), onde tomamos um café da manhã com calma, estilo americano, low profile, com omelete, bacon, pão, etc. Como o Jim é cliente super-elite na Northwest Airlines, ele estava voando de primeira classe. Combinamos de fazer um “se-colar-colou” no balcão de embarque, pra ver se eu e o Duane (funcionário do Jim) poderíamos também voar na primeira classe. Felizmente, as duas atendentes eram super gente finas, e conseguimos dar upgrade pra primeira classe. O vôo foi operado num Airbus A330-300 gigante. A primeira classe desse avião é um espetáculo.

Nossa, aquela poltrona era mais confortável que a minha cama em casa, toda elétrica, cheia dos pereco-tecos, parecia uma cadeira de dentista. O café da manhã na primeira classe era de presença, mas como já havíamos comido, perdemos essa barbada. O vôo foi quase cinco horas, um excelente complemento para o meu descanso. Chegamos no Portland International Airport – PDX às 11h00, hora local (14h em Detroit, 15h em Brasília).