LinuxWorld, primeiro dia

LinuxWorld Terça-feira às 10h da manhã foi aberto o pavilhão de exposições da LinuxWorld. Como não podia ser diferente, o pavilhão estava muito bonito, praticamente uma disputa de beleza entre os grandes patrocinadores. A conferência já estava rolando desde segunda-feira.

Na hora que eu cheguei, estava terminando uma sessão com Lawrence Lessig, a qual eu deveria ter assistido, pois devia estar muito interessante. Lawrence esteve no FISL em 2004 em uma sessão da Creative Commons onde estava também o ministro Gilberto Gil.

MotorolaAo entrar no pavilhão de exposições, a primeira coisa que me chamou muito a atenção foi o estande de Motorola, primeiro por sua grandiosidade, como pode ser visto nas fotos, segundo porque eu me perguntei o que todo mundo estava se perguntando: “o que a Motorola está fazendo aqui numa conferência de Linux?” Tudo o que havia no estande era propaganda de telefones celular, nada a ver com o tema do evento. Ainda assim, o estande deles era de longe o mais bonito e um dos maiores.

A Novell estava com uma participação muito forte, lançando a versão 10 do Suse Linux, ou Novell Linux Desktop, como eles chamam. Estande bem montado, com espaços para palestras no próprio estande. O que me chamou a atenção foi eles terem feito um dos espaços para demonstração do sistema com vários laptops, como pode ser visto nas fotos a seguir:

Novell Novell
Novell Novell

E-mail garden A Novell estava também patrocinando o e-mail garden, espaço onde os participantes podiam usar Internet gratuitamente. Assim como a sala de demonstração acima, o e-mail garden estava equipado apenas com laptops rodando Suse Linux.

Outra coisa que todo mundo estava se perguntando: “onde está a Red Hat?” Pois é, em lugar algum. Ninguém soube dizer por que, mas eles não patrocinaram a LinuxWorld este ano. Isso pode ser um sinal de fraqueza, ainda mais no mercado americano, que quando uma empresa não se apresenta numa grande conferência, é sinal de que algo anda errado. Eu lembro que em 2003 eles estavam com um mega estande e várias palestras. Será que a Novell está os incomodando? Talvez.

Outra empresa que poderia estar e não se mostrou também foi a Mandriva. Eu, sinceramente, esperava que eles seriam bem mais agressivos depois que mudaram de nome, mas até agora a coisa anda bem modesta.

Logo após entrar e dar uma olhada nos principais estandes, fui direto ao estande do LTSP, no pavilhão .org, dedicado às comunidades. Encontrei aí meus amigos Jim McQuillan, Jim Glutting e Ron Colcernian, que já estavam me esperando desde segunda-feira. Não pude entrar em contato com eles no primeiro dia porque eu não tinha anotado o telefone de ninguém e não também não pude acessar o pavilhão no dia da montagem.

Nesse primeiro dia da exposição (terça-feira), tive algumas reuniões e conheci várias pessoas, importantes contatos para futuros negócios. Mas basicamente foi um dia para cumprimentar amigos, bater papo e dar uma olhada no que estava rolando.

Tive o prazer de encontrar com meu amigo Bdale Garbee, CTO de Linux da HP, que também ficou muito contente em me ver. Bdale teve problemas em renovar seu visto brasileiro e não conseguiu participar do FISL este ano, e ficou muito chateado por isso. Como eu não estava acompanhando o noticiário, recebi a notícia diretamente dele que a HP anunciou que irá prestar suporte para Debian nas plataformas Proliant e Blade System. Naturalmente ele estava muito feliz com esse anúncio, afinal ele é o maior responsável por isso. Um grande passo para o projeto Debian, sem dúvida. Espero que outras empresas sigam o mesmo caminho.

No fim da tarde, tivemos um happy hour a convite da IBM, num barzinho bacana próximo ao centro de convenções. Estava bem interessante, ótimos contatos, vários tipos de cervejas, porém estava muito lotado.

Após, fomos para a janta oficial do PostgreSQL, num restaurante argentino na Market Street. O projeto estava patrocinando a janta para os convidados, e eu era um deles. 🙂 O lugar era bem interessante, mas não me parecia muito argentino. Tomamos caipirinha (bem brasileira) e tinham até alguns garçons que eram brasileiros. Isso me lembra uma vez que recebemos uns amigos italianos em Porto Alegre e levamos eles num restaurante “italiano”. Eles disseram algo como: “muito boa a comida, mas isto não tem nada a ver com a Itália”.

O que eu me esqueci de comentar no último relato foi que no primeiro dia em San Francisco (segunda-feira), Luis, Glenn (sócio de Luis) e eu fomos jantar num restaurante coreano, esse de fato coreano. Desde os donos até todos os atendentes eram coreanos. Quando chegamos no restaurante, a primeira coisa que me assustou foi a fumaça, porque as carnes eram assadas na mesa. Uma pena que eu não levei a câmera. As mesas tinham um buraco no meio com uma mini-churrasqueira. Eles colocam carvão e por cima uma grelha, e então servem vários tipos de carne cruas. Você assa a carne ao seu gosto. Em cima de cada mesa há um exaustor, mas que não dava a vazão necessária à fumaça. Além da carne, eles servem várias outras coisas estranhas (não sei o nome de nada), tudo muito picante, e tudo demais, muita comida. Gostei, mas prefiro comida chinesa. O mais chato de tudo foi o estado da minha roupa depois. Ficou imprestável por causa da fumaça. Pelo menos não é cheiro de cigarro.

Este foi mais ou menos o primeiro dia do evento. Após a janta no restaurante argentino, fomos caminhando até um restaurante brasileiro para fazer a reserva para o próximo dia, que seria a janta oficial do LTSP.