Detroit, Chicago…

A semana em Michigan foi bem agitada. Passei quase toda a semana por aí ajudando o James a montar o seu novo escritório. É sempre muito interessante para mim viajar e ficar em casa de família. É uma oportunidade excelente de você aprender a cultura do local, o modo de vida das pessoas, comparar com o seu modo de vida etc.

Quando estive nos Estados Unidos em 2003, fiz a mesma coisa. Meu amigo André e eu ficamos em casa em San Francisco e em Long Beach (perto de Los Angeles), o que foi uma experiência muito interessante. Na Costa Rica também fizemos a mesma coisa, onde nos hospedamos na casa de nosso amigo Hugo.

Uma coisa muito interessante que se nota fácil na região de Detroit é que Detroit é de fato a motor city (cidade do automóvel), como eles chamam. É impossível viver nessa região sem ter carro. Tudo é muito longe e a região metropolitana da cidade pode chegar facilmente a um raio de 100 km. É uma infinidade de pequenas cidades (towns), uma grudada na outra. Parece até tudo igual.

O estilo de vida americano é bem estampado, naturalmente. Terrenos enormes, casas grandes, normalmente com 2 ou 3 andares, com um grande jardim no fundo. Todas as casas são revestidas em madeira, afinal a temperatura nessa região no inverno chega facilmente a quase -30 célsius. Não existe uma casa pegada na outra. Todas as casas têm quatro lados. O mais curioso é que em muitas casas não há delimitação de terreno. O seu jardim é o mesmo jardim do vizinho. 🙂

Qualquer casa que você olha, há sempre dois ou três carros. Carros do estilo americano, naturalmente, o que chamamos no Brasil de utilitários esportivos. Eles chamam de SUV (sport utility vehicle). No Brasil, esse tipo de carro é sinônimo de “ter dinheiro”. Nos Estados Unidos, qualquer um pode ter um carro desses. Todos são naturalmente a gasolina e com potentes motores V6 ou V8. A lei é gastar gasolina, nada de carros econômicos.

Na quarta-feira, como eu tinha dito no último relato, viajamos de carro até Chicago, em um percurso (ver mapa) de uns 450 km. Fizemos a viagem em 5 horas, conforme havíamos planejado. Dá gosto de viajar de carro por ótimas estradas. Em nenhum momento se vê menos que uma estrada duplicada. Perto dos grandes centros, é bem comum ver estradas com 4 ou 5 pistas pra cada lado. O que chateia um pouco é que há muita obra pra todo lado.

No percurso, passamos pelo estado de Indiana, bem na pontinha dele, na verdade. Mas já posso dizer que estive em Indiana, ainda que bem longe da famosa cidade de Indianapolis, capital daquele estado. 🙂

Sears Tower Ao chegar em Chicago, logo se nota a imponência dessa cidade. Afinal, é a terceira cidade mais populosa dos Estados Unidos. Sua região metropolitana abriga quase 10 milhões de habitantes, ficando atrás apenas de New York (19 milhões) e Los Angeles (13 milhões). Ao nos aproximarmos do centro, a primeira coisa que me chamou a atenção foi a famosa Sears Tower, que é hoje o edifício mais alto dos Estados Unidos, com seus inacreditáveis 442 metros de altura e 108 andares.

Nossa janta na Churrascaria Fogo de Chão estava marcada para às 17h hora local (uma hora a menos que em Michigan). Passamos a tarde passeando pelo centro e visitando algumas lojas. A cidade é muito movimentada, gente pra todo lado, confusão no trânsito, mas parece ser uma cidade agradável.

Outra coisa que me impressionou muito foi o Lago Michigan, que é um dos Grandes Lagos. O tamanho é incrível. É impossível avistar a outra margem. Em algumas regiões do lago, a sua largura chega a 190 km. Chicago fica toda à margem oeste desse lago, o que contribui muito para a sua beleza. Também por isso, é uma cidade muito ventosa. Um dos apelidos de Chicago é justamente windy city.

Fogo de Chão Ao chegar na churrascaria, fiquei impressionado com a decoração gaúcha de verdade, com vários quadros mostrando a cultura do churrasco no Rio Grande do Sul. Sinceramente me senti em casa. O restaurante é muito bonito e muito grande, muito maior que a sede de Porto Alegre. Assim que sentamos, nos serviram com um excelente pão de queijo e polenta.

O James não perdeu tempo para anunciar que eu era de Porto Alegre e que minha missão ali era avaliar o serviço da churrascaria porto-alegrense em Chicago (falando de brincadeira, naturalmente). Conversei bastante tempo com o maître, muito boa gente. Não era brasileiro, mas já esteve no Brasil algumas vezes e parece conhecer bastante nossa cultura. Vários garçons brasileiros estavam vestidos de bombacha. Muito legal!

Fogo de Chão Toda a comida estava espetacular. A carne muito macia, embora no Brasil a variedade é bem maior. O atendimento então, nota 10, principalmente depois que foi anunciado que havia um porto-alegrense na casa. Me senti até importante. 🙂

Como nem tudo são flores, chegou a conta. Para seis pessoas, US$ 380,00. Algo como R$ 140,00 por pessoa. Como eu era convidado, não precisei me preocupar com a conta.

Após a janta, tocamos direto em direção a Detroit de volta. Pegamos muita chuva e uma bela tempestade elétrica. Tem gente que tem pânico de raios. Eu acho lindo! É a natureza apenas reafirmando a nossa mediocridade.

Na sexta-feira (25), comecei minha viagem de volta. Às 19h10 foi meu vôo de Detroit (DTW) para Washington DC (IAD), onde cheguei por volta das 20h10, num vôo bem rápido.

Ao chegar no aeroporto, minha amiga Silvia já me aguardava, porém não imaginávamos o que seguiria. Depois de mais de uma hora e meia esperando pela minha bagagem e nada, fui até o balcão de reclamação da United Airlines, onde fui informado que minha bagagem não havia sido embarcada em Detroit, isso que eu cheguei com duas horas de antecedência. Como não havia o que fazer, fui para o hotel em Bethesda, onde a United entregou minha mala na manhã seguinte. Conferi o conteúdo para ver se não havia estragado nada, mas estava tudo ok, felizmente.

Veja mais fotos de Chicago na minha galeria.