No próximo dia primeiro (sim, daqui a pouco mais de duas semanas), vou fazer uma loooonga viagem, junto com meu sócio Eurico, para a China, passando pela África do Sul. Vamos chegar lá pela magnífica cidade de Hong Kong, que não é exatamente China, mesmo embora pertença à China, mas vamos passar boa parte do tempo realmente no território principal da China, comumente chamado de China Continental, visitando três grandes cidades, Shenzhen (深圳), Beijing (北京 – capital federal) e Chengdu (成都). Ficaremos quase duas semanas no exterior.
A razão da nossa visita é conhecer as principais instalações da Huawei, gigante chinesa na área de tecnologia, a qual a Propus é parceira, revenda autorizada e provedora de serviços em seus equipamentos nas áreas de comunicação de dados e storage.
Não existe como chegar lá sem parar em outro país. Hong Kong fica a aproximadamente 18.056 km de distância de São Paulo em “linha reta” (círculo máximo). Nenhum avião comercial poderia cumprir uma rota tão longa. Porém, fazendo uma escala a partir de São Paulo, existem várias opções: pode-se escolher via América do Norte (EUA ou Canadá, depois cruzando o polo norte), várias opções via Europa, algumas opções via Oriente Médio, como Dubai, Doha (Qatar), Tel Aviv (Israel), e a melhor opção, tanto em distância quanto em custo, que é ir através de Joanesburgo, na África do Sul, voando pela South African Airways (SAA). Como a SAA faz parte da Star Alliance, dá para pontuar tudo na Tam, o que numa viagem desse tamanho deve render pelo menos uns 15.000 pontos.
Usei o decolar.com e o Submarino Viagens para pesquisar. A melhor opção em custo seria ir pela Singapore Airlines, com paradas em Barcelona (Espanha) e Singapura, o que seria muito massacrante. Optei pela SAA, que por ser Star Alliance, emitiu o bilhete Porto Alegre – Hong Kong, com as conexões de Guarulhos e Joanesburgo garantidas, o que é muito importante. Mesmo sendo a melhor rota, a coisa ficou assim:
- POA-GRU 1h55min
- Conexão GRU 4h15min
- GRU-JNB 8h35min
- Conexão JNB 1h55min
- JNB-HKG 13h15min
Total: 29h55min
Quase 30 horas entre decolar em Porto Alegre e pousar em Hong Kong. Tudo isso considerando que nada vai atrasar, claro. Para piorar, Hong Kong está 11 horas a frente no fuso horário (UTC+8 lá). Quando chegarmos próximo de acostumar com o fuso horário, tudo de volta. Para piorar ainda mais um pouco, tudo isso será feito em classe econômica, porque ainda não dispomos de recursos para ir de executiva, por mais tentador que isso seja. Mas, não dá nada. Tudo faz parte da aventura. Quanta gente viaja 1-2 semanas de barco na Amazônia dormindo em rede, não?
Todos os trechos da SAA serão feitos em aeronaves Airbus A340, que é um belo avião. Um trem voador que engole mais de 300 pessoas. Se fôssemos de Emirates, voaríamos o trecho Dubai – Hong Kong no A380, mas o preço da Emirates anda muito fora de noção.
Não vamos ter muito tempo em Hong Kong na chegada. No mesmo dia que chegamos, vamos direto para Shenzhen, que é bem próximo, uns 40 minutos de carro. Shenzhen é a maior cidade da província de Guangdong, com 8 milhões de habitantes. Embora Hong Kong não exija visto para brasileiros, por ser um território autônomo com suas próprias leis (assim como Macau), a China sim exige. Então para cruzar de Hong Kong para Shenzhen, precisamos ter visto, o que já estamos providenciando. Preenchi um formulário de duas páginas, uma foto 3×4 recente, anexei meu passaporte e enviei tudo para Brasília. 2-3 dias úteis o processo todo, normalmente. Beeeem mais tranquilo que a romaria de tirar o visto para os Estados Unidos.
Dia 5 à tarde voamos para Beijing (ou Pequim), a capital federal, que fica quase 2000 km ao norte de Shenzhen, umas 2h30min de voo. Beijing é gigante, 22 milhões de habitantes. É uma das cidades que eu mais tenho interesse de conhecer no mundo. Ficaremos dois dias apenas, então não vai dar para ver muita coisa. Na nossa programação, teremos pelo menos um city tour e uma visita ao parque olímpico, onde foi sedeada as olimpíadas de 2008.
No dia 7 à noite voamos para Chengdu, capital da província de Sichuan, outra grande cidade chinesa, com 11 milhões de habitantes. Chengdu fica a 1550 km a sudoeste de Beijing, umas 2 horas de voo, quase no meio do país. A província de Sichuan esteve muito presente na imprensa em maio de 2008, quando um grande terremoto de 8 graus matou em torno de 80 mil pessoas e deixou outras 11 milhões desabrigadas na região. Ficaremos apenas o dia 8 em Chengdu. No dia 8 mesmo à noite retornamos a Hong Kong, que fica a 1350 km a sudeste, mais quase duas horas de voo.
Teremos os dias 9 e 10 livres em Hong Kong para passear. Nosso voo para África do Sul deixa Hong Kong no dia 10 às 23h50 apenas. Certamente não faltará o que fazer. Hong Kong é a New York da Ásia, com muitíssimas atrações para todos os gostos e bolsos. A cidade é de uma beleza descomunal, composta por várias ilhas a arranhas-céus gigantes. Por ter sido colônia britânica por mais de um século, a cidade possui uma cultura muito particular, uma mistura de cultura chinesa com ocidental. Na verdade, é uma cidade mundial, grande centro financeiro na Ásia, sede de empresas enormes, etc.
Na volta, decidimos parar um dia na África do Sul, pelo menos para conhecer Joanesburgo. Passar duas vezes por aí sem sair do aeroporto seria um crime. Sabe-se lá quando teremos outra oportunidade de visitar a África do Sul novamente. Ainda não tenho ideia o que vamos fazer nesse dia, mas vou pesquisar a respeito para fazer valer a pena.
Dia 12 de manhã decolamos para São Paulo – Guarulhos, cruzando o Atlântico num voo diurno de 9 horas. Poucas horas depois de chegar em São Paulo, já embarcamos para Porto Alegre, finalizando essa jornada.
Não gosto muito de viajar na correria, pois gosto de estudar bastante antes os lugares que vou visitar, para aproveitar ao máximo, já que sempre acaba sendo pouco tempo em cada lugar. Mas enfim, a oportunidade surgiu e é estrategicamente muito importante para nós fazer essas visitas, então vamos lá.
Embora eu já tenha viajado muito, é a primeira vez que vou para um país onde eu não falo o idioma. Fora isso, é um grande choque cultural. Sem dúvida vai ser uma experiência formidável.
Obviamente, vou levar meu aparato fotográfico completo. Espero voltar com boas imagens.
Para quem não sabe, a China controla e censura fortemente o acesso à Internet, então não tenho noção ainda de que tipo de conexão terei acesso. Em Hong Kong é super tranquilo, tudo liberado, wi-fi em cada esquina e tal, muito, muuuito diferente da China Continental. Em último caso, vou escrevendo meus textos offline e posto quando chegar em Hong Kong novamente.
Em breve, novidades. 🙂